terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Ilha das Flores - Tarefa

Faça uma correlação entre o filme Ilha das Flores e a aula " Estado e a Saúde".

As respostas devem ser postadas sob a forma de comentários.

Prazo 21/12/2012

O filme está disponível em www.portacurtas.com.br .

abraço,
Ana Débora

55 comentários:

  1. O filme retrata o sistema capitalista, o qual o lucro como principal objetivo.Além disso, relata a dura realidade enfrentada pelo ser humano mediante as conseqüências da bruta globalização da miséria,como pode ser visto "indigentes" que disputam sua alimentação com os porcos. Podemos observar que o ser humano, apesar de ter a capacidade de raciocinar, não tem a mesma oportunidade, uns por comodidade outros má distribuição de reda.Este filme retrata a desigualdade social que existe no mundo contemporâneo principalmente nos países subdesenvolvidos onde a ma distribuição de renda e a falta de oportunidade de educação gera bolsões de pobreza principalmente nas periferias dos centros urbanos, onde a violência aumenta cada dia.Também retrata a realidade subumana do cidadão excluído. Essa degradação humana é reflexo de uma política econômica e social perversa, imposta e estabelecida há décadas por aqui, que aniquila os sonhos e as perspectivas de uma vida decente dessas pessoas.Ilha das Flores é um curta que nos remete a questionar a tamanha estupidez causada pela desigualdade social e que nos leva a um momento doloroso de reflexão acerca dos problemas causados pela "péssima" distribuição de renda e até a própria condição que nós mesmos nos colocamos numa sociedade altamente consumista.

    (jordão)

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  2. "O ser humano é diferenciado dos outros animais por ter telencéfalo, polegar opositor e por ser LIVRE!"
    Será mesmo que o ser humano é livre, ou nossa política e nossa sociedade limita e quase que oprime essa nossa liberdade? Para mim, essa foi a maior mensagem do curta!
    Os porcos tinham a liberdade de escolher a comida que eles queriam, enquanto aquelas pessoas da Ilha das Flores só tinham uma opção: Comer aquilo que foi renegado pelos porcos, para assim sobreviver! E por que os porcos tiveram vantagem sobre os homens? Simplesmente porque os porcos tinham donos e nós não temos! É uma utopia, HOJE, imaginar que o governo (o nosso suposto "dono") possa oferecer condições básicas de sobrevivência a todos os 196 milhões de brasileiros, mas essa seria sua obrigação!E por que isso não acontece? Talvez porque, conforme nós discutimos em sala, nossa política do neoliberalismo está preocupada com nossa economia e com nosso lucro, ou seja, ela não está se importando se para esse FIM, os MEIOS sejam essa absurda desigualdade social que nós vivemos. Esse compromisso da nossa política neoliberal com a economia e o DEScompromisso com o social foi o que mais me fez refletir.. E pensar em inverter essa situação no Brasil e no Mundo pode até ser um sonho de muitos, porém, muitos que juntos possuem pouca voz dentro do nosso capitalismo.
    Infelizmente, essa é nossa realidade, mas a luta continua...

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  3. O filme Ilha das flores não retrata a saúde em primeiro plano, mas sim as condições de vida - pobreza, fome - de uma comunidade da região de Porto Alegre (RS) no ano de 1989. Assim poderemos correlacionar o filme com a aula (Estado e a Saúde) através dos determinantes da saúde e das políticas públicas.

    O filme lança uma sequência de rotinas do vendedor de tomate, da vendedora de perfumes que compra os tomates, do vendedor de porcos que aproveita os tomates descartados no lixo pela vendedora para a dar aos porcos. Por último, vêm a rotina de um grupo de pessoas desfavorecidas que aproveita os restos do que foi dado aos porcos. O filme faz questão de enfatizar que esse grupo tem telencéfalo, dedos opositores, mas não tem dinheiro, e quando comparado aos porcos, nem um dono para cuidá-los.

    Esse grupo de pessoas é uma pequena representação da desigualdade social e está à mercê da sorte para sobreviver, pelo menos para encontrar algo no resto dado aos porcos. Por esses aspectos, seja na esfera do indivíduo ou do social, corrobora-se o distanciamento do que a OMS propõe como saúde - um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de afecções e enfermidades. Os determinantes sociais da saúde como habitação, produção de alimento, ambiente de trabalho, desemprego, educação também parecem não estar contemplados para esse grupo, o que favorece mais o processo de saúde-doença.

    É esse momento em que o Estado intervém na comunidade, visando a melhoria na condição de vida, um bem-estar social, através das políticas públicas. Percebe-se que as medidas já tomadas como os programas FOME ZERO, BOLSA FAMÍLIA, ou até mesmo o SUS, não conseguem oferecer acesso a alimentação, a educação, a saúde e dar conta dos 16,2 milhões de brasileiros que vivem com a renda familiar de até 70 (setenta) reais* e dos que estão acima dessa renda (mas não consegue pagar por serviço privado). Atualmente, reserva-se esperança para as medidas de inclusão da escola pública no ensino superior através das cotas, permitindo uma boa formação e bons empregos.

    Ao meu ver, a ideia do comunismo é bem distante (quase utópico) quando o capitalismo está enraizado e tão bem sistematizado. Porém a moeda pode ser ainda representado pelo dinheiro, mas a economia hoje é gerada e evolui por causa do conhecimento. Desta forma, as políticas do Estado precisam ser mais eficazes para que haja o acesso dessa população excluída. A pergunta que pulsa é: Quando, no nosso país, não haverá a desigualdade social?

    Como Raisa de Oliveira já falou: A LUTA CONTINUA...

    * PLANO BRASIL SEM MISÉRIA, Ministério do desenvolvimento social e combate à fome. Disponível em: http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/superacao-da-extrema-pobreza%20/plano-brasil-sem-miseria-1/plano-brasil-sem-miseria. Acesso em: 20 de dezembro de 2012 às 21:12.

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    1. Parabéns pelo texto. Acredito que você absorveu de forma coerente a mensagem que o filme de Jorge Furtado passa. Sua pergunta no final é pertinente.

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  4. O filme mostra que todos somos seres humanos, e nos diferenciamos uns dos outros por ter mais poder aquisitivo, o que fica claro na última cena do filme em que porcos são melhores alimentados do que pessoas que não tem dinheiro. E os donos dos porcos os tratam bem para poder ter lucro. Numa complexa rede de compra e venda, desde a produção de alimento até o consumo das pessoas vemos a diferença de classes sociais. E na aula referente Estado e a Saúde, vimos que o estado é responsável pelo bem estar da população, e assim não o faz, gastando com problemas mais complexos e deixando de lado a atenção básica e a prevenção, na qual afeta a parte mais pobre da população. Nesse emaranhado de relação entre estado e saúde, observa-se um distanciamento grande do estado e da atenção básica. Onde no decorrer da história, a saúde era pra quem tinha dinheiro e melhores condições, deixando claro que o poder aquisitivo sempre prevaleceu na saúde. Porém essa relação está diminuindo, porém com muitas falhas.

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  5. Curta-metragem bastante irônico,Ilha das Flores retrata a dinâmica da nossa sociedade atual.Uma sociedade embasada no consumo, na lei de oferta e procura, na qual o objetivo maior é sempre o lucro. O curta faz reflexões sobre miséria, fome, exclusão social, num país de níveis socioeconômicos tão discrepantes, como é o nosso Brasil.
    É claro e notório que os determinantes sociais da saúde, os quais se relacionam com habitação, produção de alimento, ambiente de trabalho, saneamento, serviços de saúde e educação, também não são de modo algum oferecidos àquela população que come a comida que era imprópria até para os porcos. Nisso, percebe-se a grande lacuna deixada pelos determinantes não-pessoais, pois estes são papel da coletividade, e resultam de políticas públicas, sejam elas de saúde, de educação, etc.
    Deve-se por em pauta também que a equidade, tão defendida por alguns, está relacionada não à uniformização e igualização de todas as pessoas, e sim à ausência de diferenças INJUSTAS, EVITÁVEIS ou até mesmo REMEDIÁVEIS.

    ''Há poucas flores na Ilha das Flores...Há no entanto muito lixo. E no meio dele, o tomate que Dona Anete julgou inadequado para o molho da carne de porco.Há também muitos porcos na Ilha...(...) aquilo que foi considerado impróprio para os porcos, será utilizado na alimentação de MULHERES E CRIANÇAS.''

    Lamentável.

    Thayane Sobral

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  6. De um lado, a precisão matemática de longitudes e cifras, do outro, uma mistura periclitante de golpes e contragolpes, de ações e paralisias, de cortes e recortes. Sobre tal oposição se funda um sistema de aparente estabilidade estrutural, forjada essa num jogo linguístico e midiático de suposições nem sempre logicamente aceitas, mas matematicamente bem definidas. Trata-se de um sistema que exclui porque inclui, que oprime porque liberta: no esquema de produção (ou de transformação) capitalista, o homem deve antes ser tornado coisa para então ser feito homem, um homem, claro, redefinido, para o qual o sentido de tudo foi posto fora do alcance de sua consciência, livre de qualquer escrutínio inconveniente ou mesmo lógico, enfim, um homem que olha mas não vê, e se vê não repara. Sobre tal homem pode-se dizer que a tão caracteristicamente volúvel e ingênua 'organicidade' foi alijada em benefício de um funcionamento quase matemático (em cifras) de suas capacidades. Portanto, tudo faz sentido se é economicamente (leia-se matematicamente) viável. Paul Celan, em seu lúcido poema Fuga sobre a morte, escreveu: "Leite-breu d'aurora nós o bebemos à tarde/ nós o bebemos ao meio-dia e de manhã nós o bebemos à noite/ bebemos e bebemos..." É uma advertência, nada nova, mas sempre inutilmente renovada, uma admoestação contra a estranha sensação de 'inocente culpa' que nos acossa calmamente enquanto humanos forjados no seio de uma sociedade na qual a nossa identidade adquirimo-la através de uma roupa, de um carro, de um lugar legal para o qual vamos relaxar às sextas-feiras à noite, ainda que saibamos... Citando Ingeborg Bachmann, "O tempo faz milagres. Mas se chegar quando não nos convém/ com o bater da culpa - não estamos em casa". Enfim, Ilha das Flores é uma representação em miniatura do mundo, e a verdade é que os miseráveis e excluídos somos todos nós, não somente aqueles paupérrimos cidadãos(?), mas só o somos em relação a um observador que olha de fora, capaz de sentir compaixão (por isso somos miseráveis) e dotado de uma isenta capacidade lógica (por isso, excluídos, excluídos da liberdade).

    Bruno do Amor Divino Pereira

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  7. Eu já havia assistido a esse curta quando mais jovem, e recordei como me havia chocado. A grande mensagem passada pelo filme, além da específica denúncia que faz,é que na sociedade vigente, o ser humano não é respeitado pela simples razão de ser humano. No filme, há uma divisão do ser humano em duas "raças", uma com e outra sem dinheiro, estando essa ultima, em uma categoria inferior à de qualquer animal ou objeto que tenha utilidade prática à primeira.
    Em nossa saúde, apesar de todos os avanços que tenhamos alcançado em relação à equidade e universalidade, notamos ainda uma forte dissociação entre teoria e realidade. Ainda que muitos serviços sejam prestados na medida do possível, uma significante parcela fica à cargo de iniciativa privada, a qual visa o lucro. Essa parte do serviço, ou essa qualidade do serviço só pode ser conquistada através do poder aquisitivo. Em paralelo ao filme, somente estaria incluída nesse serviço, a "raça" com dinheiro. Isso é inaceitável, pois como admitido no bom senso e de acordo com a ONU, existe somente UMA raça, a humana, a qual, em nosso país, deve ter por igual direito à saúde!
    É válido deixar claro que no Brasil, mesmo os que têm dinheiro para recorrer à iniciativa privada passa bons perrengues...

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  9. No curta encontramos uma diferenciação entre humanos - inteligente e hábil - e outros elementos (animais e vegetal) e uma relação entre humanos voltada à troca de produtos/serviços por dinheiro(poder de troca).
    No curta essa relação está com foco na alimentação, nela há elementos fora do conjunto: os humanos - com o telencéfalo desenvolvido e o polegar opositor, mas sem o poder de troca - e os porcos - que não tem o telencéfalo altamente desenvolvido, nem polegar opositor, porém com um dono que detém esse poder de troca. Isso dá uma vantagem aos porcos sobre os humanos, levando a uma depreciação dos homens em comparação a animais (isso é algo de uma espécie com telencéfalo altamente desenvolvido???).
    É a partir disso que o amparo do estado se faz necessário a fim de diminuir a gigantesca desigualdade criada com essas relações. Há vários programas sociais que tentam (mas não conseguem) diminuir essa diferença. Além desses programas sociais, há o serviço de saúde pública, que tbm apresenta falhas grandes - falta de informação para a população, concentração de centros de saúde, falta de profissionais, falta de materiais, DESVIOS de verbas... Eu acredito que um auxílio como o Bolsa escola, na teoria bom, tem uma grande falha... a criança é obrigada a estar matriculada e com frequência na escola, porém seu desempenho e a qualidade do ensino não são monitorados.Enfatizo na qualidade da escola, pois esse, sim, é o caminho para a diminuição dessa desigualdade.

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  11. O filme começa mostra a lógica do sistema vigente que é o de consumo, ao final, o curta chega à questão realmente relevante: as pessoas que estão à margem do sistema. A imagem de seres humanos catando resto de comida do porco fala mais que mil palavras.
    O sistema capitalista gera miséria? Sim, mas pobre sempre existirão, o não existia é a reponsabilidade do estado pelas garantias da dignidade humana. O dono do porco cuida do porco e o alimenta o dono, fazendo uma analogia, O Estado só sobrevive se cuida da sua população, porque porco magro não alimenta ninguém.
    Analisado só o direito a saúde, o Estado é responsável por a saúde de cada um ou ele nos fazendo um favor? Em um estado democrático as politicas devem representar os anseios da sociedade. Os anseios da população por saúde se transformou em lei que responsabiliza o Estado.

    Arnaldo Alves Lima Junior

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  12. Telencéfalo, polegar opositor e liberdade. Todos temos os dois primeiros, mas o ultimo, por mais simples que pareça, nem todos nós temos. O filme retrata uma situação em que porcos tem mais valor que o ser humano, pessoas se alimentam com os alimentos que não servem para os porcos. É uma situação lamentável onde o lucro é mais importante do que a vida de igual e que toda nossa vida é regida pelo sistema capitalista do lucro. Fazendo uma relação com o que foi discutido em sala sobre “Estado e a Saúde”, vemos que o Estado ainda não consegue promover uma saúde de qualidade para todos que novamente aqueles que tem poder aquisitivo, tem o poder da escolha e os que não tem, devem se contentar com o que resta do nosso sistema de saúde. É uma triste realidade que aina não foi resolvida....

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  13. A incapacidade de ser livre no real sentido da palavra descreve, mesmo que de forma simplória o que foi ser um dos individuos que habitaram a "Ilha das Flores". Flores não é bem a palavra indicada para a visão que teriamos desse lugar, onde seres humanos disputam restos alimentares de porcos para poder sobreviver. Talvez tenhamos a possibilidade de ser o que chamamos de livre, os cidadões de Ilhas das flores não. É facil de ver essa situação quando assistimos ao curta aquelas pessoas que não conseguem nem mesmo escolher se seu alimento está em condições de consumo ou não.
    Desde o surgimento do primeiro ideário de liberdade, fraternidade e igualdade a humanidade tem criado modelos de estado, sejam eles intervencionistas ou não, que promovam a igualdade da população, ou seja, que todos tivessem, mesmo estando de certa forma ceifados, o direito de liberdade de forma igual. Dentre esses modelos estariam o Welfare State e o modelo keynesianista, ambos com um certo grau de intervenção do estado no âmbito de sanar necessidades básicas da população. O estado teria o papel de prover condições minimas para a vida digna de cada cidadão.
    A inferencia lógica após ver as cenas apresentada no filme seria: o Brasil indo contra o curso da historia não aderiu a estes modelos de governo. Errado. Apesar do visto no filme o nosso país aderiu a todos esses modelos a seu tempo. Parece visivelmente que foram esforços em vão, mas se analisarmos mais criteriosamente veremos que a partir dessas teorias e da tentativa de colocá-las na prática o pais tem avançado no sentido da inclusão social. A criação do modelo de saúde como o SUS é uma prova de avanço nesse sentido.
    Por último é de fato importante lembrar que vivemos num sistema capitalista que é baseado na exploração do ser humano pelo ser humano, e o lucro é sua maior bandeira. Haveria forma de se conviver em uma sociedade igualitária onde todos tenham as mesmas oportunidades, enquanto vivemos com um sistema que trabalha baseado na exploração?
    Tércio Ferreira Oliveira

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  15. Propriedade privada, livre concorrência e busca de lucro, devastação da natureza, sociedade dividida em classes e perda de valores. Todas essas caracteristicas do sistema capitalista, expressas de forma tão jocosa e irônica, constituem o eixo em torno do qual acabam gravitando a premissa central do curta Ilha das flores : o atual modelo de produção e consumo gera uma imensa desigualdade social. O curta metragem de Jorge Furtado é um encontro marcado com a miséria, narrado através da exposição didática de ideias, de forma encadeada, onde ele mostra a dimensão verdadeira das relações capitalistas, os valores humanos, as suas relações, a forma como são desprezados, a prevalençia do lucro, enfim, todo esse complexo económico e as suas disparidades. O pobre é visto como um ser humano que perdeu sua capacidade de escolher sua liberdade, não tem oportunidades em uma sociedade capitalista e tem que se conformar em viver dos restos de lixo, rejeitado pelos porcos. Ao se fazer uma linha de raciocínio partindo da primeira cena, na plantação, até a cena final, vê-se que todas as etapas dessa cadeia de eventos contribuem para a desumanização final. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. A lamentável condição de sub-existência dos habitantes da Ilha das Flores deixa as pessoas pasmas. A idéia do curta-metragem é mostrar o absurdo desta situação. Seres humanos que, numa escala de prioridade, estão depois dos porcos. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra dos porcos (que por sua vez, alimentam-se da sobra de outros seres humanos com condições financeiras de escolher o alimento) sua alimentação diária. Jordanio Pires

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  16. Eu lembro que na Tv Cultura esse filme passava varias vezes. Segundo o filme, embora todos os homens, vendo-se homem como a espécie Homo sapiens sapiens, tenham a característica comum de ter o telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor, a diferença entre eles pode ser resumido a palavra "dinheiro". No filme dinheiro é aquela coisa que pode comprar tomates para fazer o molho, fazendo um paralelo entre o filme e a aula, infere-se que dinheiro seria aquilo capaz de "comprar" a saúde. Como o estado é o detentor da maior parte do dinheiro e ele está comprometido por lei a ser o responsável pela saúde, espera-se que o nível de saúde da população seja garantido pelo estado.

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  17. O curta "Ilha das Flores" é um documentário incomum. Ele aborda o tema de uma maneira que toma sua atenção e curiosidade pra tentar entender o objetivo daquelas infinitas repetições e descrições, aparentemente sem contexto ou nexo algum, chegando muitas vezes a ser cômico. Se feito de outro jeito, com certeza não teria a mesma repercução nas nossas mentes que teve. Já perto do fim, seu objetivo é esclarecido e ficamos todos espantados com a falta de humanidade mostrada nas cenas. Como pode o humano, um ser mamífero, bípede, com telencéfalo desenvolvido e polegar opositor, mas pricipalmente livre, não ter direito de escolher o que vai comer? Pior, ter que comer a comida que é julgada imprópria para o porco, ser irracional que nem polegar tem, quanto mais opositor. O mais insano é ver o sorriso e alegria das crianças ao entrarem pela porteira, parece que não sabem o que é comida há tempos.
    Existem vários conceitos para saúde. Tenho certeza que essa população da ilha das flores não se encaixa em nenhum. Alimentação é o requisito básico pra saúde, se nem isso era fornecido a eles, o que podemos pensar em atendimento médico. É dever do governo prover pelo menos o básico para que cada pessoa tenha uma vida digna e para isso é preciso saúde, o pilar mais importante de uma civilização, um direito, não uma esmola dada pelo governo.

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  18. O curta encadeia fatos cotidianos comuns até chegar a uma situação absurda e chocante - a dos moradores de Ilha das Flores. Uma situação de pobreza e praticamente de sub-existência, na qual se encontram os habitantes desse local.
    São mulheres e crianças (com telencéfalo desenvolvido e polegar opositor) que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem, na sobra dos porcos, sua alimentação diária. Situação esta em que o Estado não se mostra atuante no cuidado com as condições básicas de vida - condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do meio ambiente. Colocando os habitantes de Ilha das Flores numa escala inferior a dos porcos que, ao contrário, possuem donos atuantes. E como deveria ser essa atuação do Estado?
    Ao longo da história, foram desenvolvidos modelos de Estado e, dentre esses, destaca-se o “Welfare State”. Tal modelo afirma que é de responsabilidade estatal, uma proteção social mínima, em níveis básicos de renda, e estes devem ser vistos como direito e não como caridade (Marshall: 1965). O Brasil tem tentado aplicado o modelo de Welfare State, visível através de políticas públicas como o Bolsa Família e o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, talvez pela corrupção, pela má organização ou má gestão do governo, talvez pela falta de participação da população ou até mesmo pelo fato do Brasil ainda ser um país jovem, situações como as de Ilha das Flores existiam há 20 anos (quando foi feito o curta) e ainda existem hoje.
    “O ser humano é diferenciado dos outros animais por ter telencéfalo, polegar opositor e por ser livre!” – a meu ver essa é a frase mais forte do filme. Que com mudanças (políticas, sociais ou a partir de nós mesmos) todos possam ser seres humanos de verdade, que possam ter liberdade. Maria Augusta C. T. de Almeida

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  19. “O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade de escolha de alimentos é o fato de não terem dinheiro nem dono.” Essa frase que encerra o documentário Ilha das Flores faz uma perfeita síntese da crítica ácida ao sistema capitalista e ao estado brasileiro, mostrada no filme. A crítica tem como base três pontos: o consumismo exagerado das populações favorecidas pelo sistema capitalista, a imensa desigualdade social no país e a ausência de políticas públicas para solucionar a condição miserável em que vive as parcelas menos privilegiadas da população.
    Conforme vimos em aula, o papel de um estado, segundo a visão keynesiana, é regular as relações de mercado, gerar crescimento, garantir o pleno emprego e fornecer proteção social mínima, em níveis básicos de renda. Mas a principal característica que o distingue de outros tipos de estados é que a garantia de uma qualidade mínima de vida é vista como direito do cidadão e não como caridade. Embora o Brasil nunca tenha efetivado um estado de bem-estar social nos moldes ingleses, a constituição de 1988 garante aos indivíduos as condições materiais tidas como imprescindíveis para o pleno gozo dos seus direitos, por isso tende a exigir do Estado intervenções na ordem social. Porém, as condições de vida dos moradores da Ilha das Flores refletem a omissão do Estado brasileiro diante das questões sociais. O documentário, produzido em 1989, denuncia uma situação que reflete o momento político-econômico do país, ou seja, a crise, iniciada nos anos 70, do intervencionismo estatal na crescente economia. As medidas neoliberais tomadas a partir de 1985 contribuíram para aumentar ainda mais as injustiças sociais, frustrando as expectativas de todos que acreditavam que a redemocratização viria para saldar a imensa dívida social do país.

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  20. Ao assistir ao curta “Ilha das Flores”, esse poema de Manuel Bandeira me veio à mente:

    O Bicho

    “Vi ontem um bicho
    Na imundície do pátio
    Catando comida entre os detritos.
    Quando achava alguma coisa,
    Não examinava nem cheirava:
    Engolia com voracidade.
    O bicho não era um cão,
    Não era um gato,
    Não era um rato.
    O bicho, meu Deus, era um homem”.

    No curta, no entanto, seres humanos assumem uma posição ainda inferior aos de bichos como porcos. O filme é de 1989, mas a temática ainda é atual, pois até hoje existem pessoas que vivem do lixo e de sobras e, sinceramente, não acredito que essa situação um dia mude. Infelizmente, apesar de sermos todos dotados de telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, o que tem determinado a diferença entre os nós são os bens e a classe social de cada um.

    O governo tem poder político para tomar decisões de acordo com as preferências e os interesses de diversos segmentos da população, mas isso só funciona para uma minoria produtiva e de interesse para o sistema capitalista em que vivemos. Os que não se enquadram nesse perfil, ficam sujeitos à desigualdade social e à exclusão.

    Apesar de o Estado pregar que “todos são iguais perante a lei” e assegurar direitos básicos, essas pessoas, não são vistas como cidadãos que merecem ter uma proteção social mínima para que possam viver com dignidade. O Estado é o único dotado do poder de melhorar a qualidade de vida desses seres humanos e, além disso, é seu dever para garantir o bem-estar geral da nação.

    Infelizmente, a teoria e a prática ainda estão muito distantes...

    Raquel Mazzotti Cavalcanti da Silva

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  21. Parte I

    O curta-metragem em questão nos mostra a trajetória de um tomate, desde sua plantação até seu destino final em um lixão que dá nome a película. Ao decorrer do percurso da leguminosa, Jorge Furtado, diretor e roteirista de “Ilha das Flores”, vai inicialmente nos oferecendo através de uma historieta que beira a imparcialidade, mas está cheia de meandros; detalhes do processo de geração de riquezas mediante desigualdades econômicas, numa sociedade capitalista/consumista. A narrativa cadenciosa, repetitiva, quase enciclopédico-dicionarística e eu diria até por vezes irônica, contrasta com as imagens chocantes que são exibidas, numa eficaz estratégia de sensibilizar o espectador que se compraz com a filmografia.

    Mais que evidenciar a situação dos habitantes daquele local, que são colocados hierarquicamente como inferiores a animais, no exemplo do curta, inferiores a porcos; pretende mostrar que tal situação não é restrita ou prerrogativa daqueles sujeitos, mas muito mais ampla e epidêmica Brasil a fora. Ao articular o Curta, com a aula “Estado e Saúde”, podemos facilmente recorrer a esse trecho do texto: “O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores numa posição posterior aos porcos na prioridade de escolha de materiais orgânicos é o fato de não terem dinheiro nem dono”. Para então posicionar o Estado, como detentor de um papel central na provisão de uma condição mínima de existência para determinados sujeitos, como “dono” das pessoas, e, por conseguinte responsável em oferecer-lhes essas condições mínimas de existência, que estejam, relacionadas com direitos considerados e construídos historicamente como inalienáveis dos indivíduos, tais como saúde, educação, segurança, entre outros.

    Indo além, desta análise adiantada que coloca o Estado numa função altruísta e paternalista, com o dever, de garantir esses insumos básicos à população, pretendo analisar especialmente o último trecho: “Os humanos se diferenciam dos outros animais pelo telencéfalo altamente desenvolvido, pelo polegar opositor e por serem livres”. Não quero questionar aqui se o ser humano é de fato livre ou não, obviamente que ninguém goza de estremada liberdade, somos regidos, governados e normatizados por instâncias e cânones socioculturais, construídos historicamente que delimitam e direcionam nossa forma de atuar no mundo, num sistema de permissões e limitações, normas essas que encontram legitimidade e respaldo no argumento de que se fossemos todos plenamente livres, não haveria existência social viável.

    André Filipe dos Santos Leite

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  22. Parte II

    Porém, quando o diretor coloca o fato de o porco ter um dono, como uma vantagem, afinal esse porco teria garantia de proteção, alimentação e de uma condição mínima de existência, quero lembrar que o dono quer algo para com o porco. O dono não alimenta, trata e cuida do seu porquinho sem algum motivo ulterior, o porco provavelmente será vendido e gerará lucro. Se formos então correlacionar e colocar o Estado como um pretenso dono dos indivíduos, para que então uma mínima condição de existência lhes seja garantida, como algumas análises adiantadas o fazem, deveremos aprofundar nessa lógica e ver que o Estado não faz isso à toa, mas ele quer algo para com os sujeitos, assim como o dono quer algo com os porcos.

    Nessa ótica mais ampliada recorro aos termos foucaultianos de “governo dos corpos e dos sujeitos”, e argumento que ao dar garantia de uma situação mínima de saúde aos sujeitos, o Estado quer simplesmente mantê-los viáveis e aptos ao sistema capitalista/consumista que nos permeia. Então, até que ponto ao obrigarmos o Estado a prover determinados direitos, nós também não estamos permitindo que ele haja, governando e gerindo outros aspectos de nossas vidas e ainda mais, compactuando com o sistema de geração de riquezas a base das desigualdades sociais, que o curta em suma pretendeu problematizar. Colocar o Estado como um pretenso dono dos sujeitos reitera a lógica capitalista/consumista perenemente criticada ao longo dos 13 minutos da película.

    Não estou com isso, querendo dizer, que o Estado não deva ter obrigações nenhuma com os sujeitos, o que quero mostrar são as ambiguidades e ambivalências, na noção de um Estado que deva garantir acesso a saúde e educação para todos os sujeitos. E ressaltar também que isso não é barato, e tem um custo, vale avaliar esse custo e escolher entre pagá-lo ou procurar novas alternativas.

    André Filipe dos Santos Leite

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  23. O curta "Ilha das Flores" mostra, de forma dinâmica, a maior parte dos determinantes, ou ausência deles, que influenciam no processo de adoecimento. A história já começa contraditória, pois ao ver o nome desse filme, parece que vai começar uma sessão de mostras de um lugar que, devido ao nome sugestivo, parece ser exatamente o contrário daquilo que é mostrado. talvez por termos telencéfalo, polegar opositor e sermos livres é que o autor usa da inteligência humana para brincar com as palavras, com as repetições que parecem intermináveis, mas é um recurso para nos lembrarmos de que, pelo menos em tese, somos diferentes dos outros animais.

    O fato que mais me chama atenção é: os seres humanos daquele lugar se alimentam dos restos de comida que não servem para os suínos do local. Então, até onde iria a humanidade do homem? Os porcos, por terem dono, estão sendo o tempo todo cuidados, alimentados, curados de enfermidades se necessário.E quem cuida do homem? que tipo de liberdade o homem está sujeito? O dono do homem é o estado?
    Pensando no fato de que o Estado é o responsável pela promoção de saúde, educação, emprego e renda, seria sim o Estado quem deveria tomar conta dos homens e mulheres. Mas, e se o Estado deixa de cumprir esse papel, quem toma conta das pessoas? E, fazendo analogia entre o curta e a aula sobre Determinantes de Saúde, se o Estado não intervem, as pessoas ficam sem dono, jogadas, refém de uma sociedade extremamente egoísta e ao mesmo tempo também refém do modo de vida que adotamos, pois não dá para nos colocar, o tempo todo na função que é de outra competência. Direta ou indiretamente, todos pagam impostos, logo todos deveriam ter aceeso às coisas básicas da vida: escola, saneamento básico, emprego e saúde.
    Para finalizar,vejamos que o curta começa com um tomate que vai servir de renda para o produtor e de alimento para o comprador. Quando esse tomate não serve para o vendedor nem para o comprador, ele é repassado para os porcos, o que sobrar vai para as pessoas da Ilha das Flores. Esse foi só um exemplo, mas acaba que, quando o Estado não cumpre o papel de cuidador da sociedade (Cuidador sim! pois é para ele que vai todos os nossos impostos e os nossos votos)ela fica sujeita aos restos. ao posto de saúde que está aberto mas que não tem médico ou algumas vezes uma simples gaze para a realização de um curativo. Um rede de esgoto mal feita, pois era necessário sobrar dinheiro para aquela festa que precisa ser realizada no aniversário da cidade. Aquela escola com uma péssima estrutura, enfim, a lista é enorme. Não é uma generalização nem uma voz do senso comum, mas foi essa a analogia que o curta me trouxe.
    Então, de uma forma ou de outra, os fatores sociais que são usados como determinantes de saúde, por serem coletivos, exigem de instituições que os controlem. Estas são represantada na figura do Estado.

    Dulcilene Santos Azevedo

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  24. Esse filme retrata de forma simples, ácida e crítica o estilo de vida dos seres humanos no sistema capitalista. Onde o essencial é o lucro, pois é assim que se consegue dinheiro, o qual é necessário para "liberdade" do homem.

    Concordo completamente com a interpretação do nosso colega Murilo Buenos Aires, quando ele diz que, no filme, há uma "divisão" da raça humana em outras duas sub-raças: os que tem dinheiro, e pro isso são Livres; e ou que não possuem dinheiro, por isso são rebaixados a uma condição de vida inferior à dos porcos.

    Fazendo uma correlação com a Saúde, observamos que o ser humano atua da mesma maneira, só visa o lucro. Quem tem dinheiro e pode pagar um bom plano de saúde, consequentemente terá um melhor sistema de saúde, uma boa cobertura médica. Quem é da "sub-raça" pobre, sofre nas mãos dos políticos, pois dependem de um sistema público de saúde, que por mais que tenha avançado, ainda possui uma qualidade muito inferior ao sistema privado.

    Arthur Santana de Menezes

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  25. Um dos primeiros pontos que observei no documentário foi justamente o nome da ilha e a contradição que isso trazia. A ilha tinha como nome “ilha das flores”, porém o que se via na realidade era um enorme lixão e pessoas vivendo num total estado de miséria. Os moradores da ilha das flores comiam os restos de alimentos que os donos dos porcos consideravam “inadequados” para o consumo destes. Mulheres e crianças que, num tempo determinado de cinco minutos, garantem na sobra dos porcos sua alimentação diária.
    Isso leva a grande questão do documentário...porque essas pessoas submetidas a essa situação que possuem polegar opositor e telencéfalo altamente desenvolvido, como todos nós, passam por miséria, fome e se nutrem do resto do lixo que os porcos comem? A resposta seria a enorme desigualdade social existente na nossa sociedade e essa desigualdade é consequência do nosso próprio sistema econômico. Esse sistema é altamente capitalista que visa apenas o lucro porem sem pensar em reparti-lo igualmente. Enquanto uma minoria pode escolher o que irá comer nas refeições , a maioria não sabe nem se terá o que comer .O Estado ficaria então na responsabilidade de melhorar essa situação através de politicas públicas visando uma divisão dos lucros mais igualitária garantindo assim a toda população: saúde, educação, moradia, alimentação digna e principalmente LIBERDADE. É DEVER do Estado garantir isso a população, afinal de contas é para isso que pagamos impostos e é por isso que elegemos representantes para que os problemas e os anseios da população sejam sanados .O Brasil está melhorando nesse sentido através por exemplo da criação do SUS e da implementação do Bolsa Família, porém ainda temos um LONGO caminho a ser percorrido.
    Já havia assistido ao documentário antes e percebo a mesma reação... Indignação !!!

    Lucas Oliveira Carvalho Almeida

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  26. Segundo a OMS, saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças, e a constituição brasileira garante que é direito de TODOS e dever do Estado, porém na prática o conceito de TODOS tem sido distorcido e é o que vemos no filme Ilha das Flores, no qual brasileiros, seres humanos, não fazem parte desse TODOS que tem direito à saúde. Será que O TODOS a quem se refere a constituição seriam todos os seres humanos ou só aqueles de de alguma forma contribuem para a economia do país, plantando colhendo ou comprando tomates? O Welfare State , estado de bem-estar social, também conhecido como Estado-providência, diz que o Estado é o agente regulamentador de toda vida e saúde social, política e econômica do país em parceria com sindicatos e empresas privadas. Além disso, o Estado deve garantir igualdades de oportunidades, mas como fazer isso sem uma melhor distribuição de renda? Sem investimentos em educação?
    Como observamos no filme muitos brasileiros nascem sem oportunidades de contribuírem para o desenvolvimento econômico do país, mas nem por isso deixam de serem cidadãos e principalmente seres humanos com as mesmas necessidades de quem está governando o Estado.
    Enquanto as políticas adotadas no Brasil forem mais semelhantes às antigas políticas "assistencialistas" européias destinadas mais a "remediar a pobreza", como o programa bolsa-família, do que a políticas efetivamente capazes de criar uma maior eficiência econômico-produtiva e assim gerar novas e maiores riquezas ,o Brasil continuará com o status de país em desenvolvimento e muitas cidades como Ilha das Flores continuarão existindo.

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  27. O documentário Ilha das Flores traz à tona temas alarmantes que se perdem em meio a realidade que o modelo capitalista nos impõe. Vivemos sempre buscando a ampliação da nossa zona de conforto e ao nos depararmos com esta cruel realidade, percebemos o quanto a desigualdade social e a exclusão promovida por ele ainda assola muitos dos nossos.
    Fome, pobreza, abandono, miséria é o que podemos constatar ao assistir tal documentário e surge então uma dúvida, onde estão as intervenções que o Estado deveria fazer para garantir a saúde e o bem-estar desta população? É inegável que muitos dos nossos indicadores sociais demostram mudanças profundas no decorrer de anos, no entanto a impressão que fica é que ou as políticas públicas são ineficazes ou são inalcançáveis para aqueles cidadãos, que por não terem dinheiro nem dono, são colocados depois dos porcos na escolha dos alimentos.
    Sabemos o quanto é difícil administrar um país de dimensões continentais e fazer com quem todos os projetos e verbas atinjam a população de uma forma igualitária, mas é necessário que seja feito o máximo para que os cidadãos de Ilhas das Flores e outros tantos dos diversos lugares desse país tenham uma melhora, mesmo que mínima, nas suas condições de vida!
    Tacianne R. Braga

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  28. O filme que acabamos de ver retrata a verdadeira realidade que muitos dos nossos irmãos brasileiros enfrentam no dia a dia, no sentido analítico da coisa fica claro que o porco mesmo não tendo telencéfálo e dedo opositor sai na frente do ser humano provido de “Liberdade” pois possui dono, esse dono o qual falta aos seres humanos seria o Estado em súmula,que melhor deveria tomar conta “de sua Cria”.
    Vale lembrar que resta aos “seres humanos sem dono “brigar pelo resto que não servirá ao porco, demonstrando o nível superior de interesse que o animal se encontra em relação ao homem,em um estado que se diz igualitário ficar abaixo dos animais não seria exagero afirmar que nos dias de hoje ser animal em algumas situações seria vantajoso, pelo menos ele tem dono e tem algo para se alimentar.
    Programas sociais assistencialistas como o bolsa família são muito importantes por possibilitar que milhões de pessoas possam ter no mínimo algo para comer,é um tema muito criticado mais não podemos deixar de dar sua importância merecida,só sabe quem vivencia esta realidade.

    DAVID WOKSON DO NASCIMENTO PASSOS

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  29. "O tomate que dona Anete julgou inadequado para o porco que iria servir de alimento para sua família pode vir a ser um excelente alimento para o porco e sua família, no julgamento do porco. Cabe lembrar que dona Anete tem o telencéfalo altamente desenvolvido enquanto o porco não tem nem mesmo um polegar, que dirá opositor. O porco tem, no entanto, um dono. O dono do porco é um ser humano, com telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e DINHEIRO”.
    Faço uso deste trecho do curta para poder correlaciona-lo com o tema “saúde e estado”. Como em todo SISTEMA CAPITALISTA os papéis públicos ou sociais no direito à saúde oscilam entre a finalidade e o processo de acumulação de riquezas pelas empresas e pessoas de negócios. A ideia do filme é mostrar o absurdo desta situação: seres humanos que, numa escala de prioridade, encontram-se depois dos porcos, vivendo uma triste precariedade.
    Nosso país adota uma política neoliberal sucateada e movida por interesses, na qual existem muitas prioridades frente à saúde. Considerando que ao Estado cabe efetivamente assegurar o bem-estar dos cidadãos segundo padrões de dignidade, justiça social e igualdade de oportunidades, devemos julgar por que não é feito.
    Não é possível uma democracia com acesso universal à saúde do modo como o Estado está sendo usado para facilitar negócios concentrados, facilitando a vida dos fornecedores, muito dos quais atuam no caixa das campanhas de deputados e senadores, incentivando normas que obrigam o consumo de certos “produtos de saúde”. O problema da saúde pública brasileira não é má gestão: isso é desculpa para privatizar ainda mais. O problema é que o estado tem se tornado “gestor” de saúde pública, banalizando o serviço público, barateando os custos e valorizando o serviço privado, aquele que lhe traz lucro.
    Nós é que somos os maiores culpados por este sucateamento, nos importamos mais com coisas fúteis, do que com o próximo, elegemos os corruptos e ficamos de braços cruzados diante deste crime contra “ os seres de telencéfalo altamente desenvolvido e o polegar opositor”.
    Itamar Meireles

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  30. Um ser humano pode não ter dinheiro nem dono, mas possui o direito de ter uma mínima proteção social, o que não configura caridade.
    O fato de os seres humanos da Ilha das “Flores” terem como único alimento materiais orgânicos julgados impróprios para o consumo de porcos, que nem seres humanos são, retrata o descaso de outros “seres humanos”, eleitos para compor o governo, frente a seus deveres. Cabe ao governo, como conjunto de indivíduos que orientam os rumos da sociedade, a execução de políticas públicas. Estas configuram uma intervenção necessária do Estado no ordenamento da sociedade, por meio de ações jurídicas, administrativas e sociais.
    As últimas, por sua vez, são políticas públicas que asseguram à população o exercício do direito de cidadania: educação, saúde, trabalho, assistência social, previdência social, justiça, agricultura, saneamento, habitação popular e meio ambiente. Todas essas ações devem ser destinadas ao povo, o qual é um conjunto de indivíduos que ocupam um território determinado, formando uma unidade política, com leis próprias e sob a direção do mesmo poder. Tal poder, que é exercido pelo governo, tem de ser destinado ao bem de todo cidadão, independentemente de sua condição financeira, capacidade laboral, cor ou religião. Infelizmente o tem de não cede lugar ao é.
    Aquele que é conivente com o fato de o lixo ser alimento para alguns seres humanos (muitos, na realidade), por estes serem tidos como menos lucrativos que porcos, pode ter telencéfalo, polegar opositor e ser livre, porém, não possui um telencéfalo altamente desenvolvido; não é um ser humano.

    Natally Leite de Castro

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  31. O curta “Ilha das Flores” se constrói por meio de um raciocínio ligado a elos e repetições. A produção agrícola de tomates, a venda dos perfumes e a compra de tomates no supermercado fazem parte da cadeia de consumo e essas relações almejam o LUCRO. Essa cadeia se finaliza com os tomates no lixo, sendo disputados por porcos e mulheres e crianças do município de Ilha das Flores. O curta define os humanos de forma peculiar, humanos são aqueles providos de: telencéfalo, polegar opositor, liberdade e sem dono. Mesmo com todos esses requisitos, os humanos de Ilha das Flores estavam num nível abaixo dos porcos (que tinham um DONO) na disputa dos alimentos.
    Os humanos estão abaixo dos porcos devido à total ausência no município daquele que deveria ser seu “dono”, o Estado. Segundo o modelo Keynesiano, é papel do Estado regular relações de mercado, gerar crescimento, a garantia do pleno emprego e da proteção social a fim de reger a PLENITUDE DO CIDADÃO, não do mercado. Para tanto, o Estado deve intervir por meio de políticas públicas. Em Ilha das Flores, observa-se total ausência de políticas públicas, ou seja, naquela região o Estado não cumpre seu papel (de acordo com o modelo Keynesiano). Assim, os humanos (ou melhor, cidadãos) do município não recebem os benefícios sociais que o Estado deveria promover. Como no filme: são humanos sem dono. Sem dono, as mulheres e as crianças do município não têm acesso à educação, saúde, habitação, emprego. Como ter LIBERDADE na ausência de tudo? Como escolher o que comer nessas condições? Rejeitados pelo Estado e excluídos da cadeia de consumo capitalista, vemos humanos desumanizados. E esses não estão apenas em Ilha das Flores, estão espalhados onde a assistência do Estado não chega.
    Mayza Costa

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  32. A saúde, como citou Everlyn, é definida pela OMS como estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença. Entendida ainda como estado no qual o indivíduo pode exercer plenamente as suas potencialidades, apresenta-se de modo diferente nas diferentes sociedades, nas diferentes classes e estratos de classes sociais, apesar das semelhanças biológicas entre os corpos dos seres humanos que as compõem.
    Numa sociedade marcada pela desigualdade de classes, exemplificada no filme pelas distintas condições de vida da família de Dona Anete e a dos moradores da Ilha das Flores, as condições sociais da classe onde o indivíduo se encontra determina as possibilidades e restrições ao desenvolvimento de sua vida e consequentemente as suas formas ou possibilidades de viver, adoecer e morrer.
    Como traz Guilherme Albuquerque em seu texto A Produção Social do Humano e a Determinação da Saúde e da Doença, as condições de saúde de uma sociedade são determinadas tanto pelo grau de desenvolvimento de suas forças produtivas, como pelas suas relações de produção. Esta última o autor explica como o modo como estão organizadas na sociedade as relações dos homens com a natureza e dos homens entre si do ponto de vista econômico e foi exemplificada no filme através das intrincadas cadeias de produção e comercialização dos tomates, perfumes e porcos.
    O texto citado traz como exemplo os EUA que possui um PIB elevado e um alto grau de desenvolvimento de suas forças produtivas, mas possui indicadores de saúde muito inferiores aos do Canadá (que possui um grau de desenvolvimento de suas forças produtivas quase similar) e por sua vez muito inferiores aos indicadores de saúde de Cuba que, evidentemente, possui um grau de desenvolvimento extremamente inferior. Assim, o que determina a diferença, nesse caso, são as relações de produção, que nos EUA são marcadas pela extrema desigualdade e a mínima compensação por parte das políticas públicas.
    Visto isso, uma vez que o estado, como acontece no Modelo Keynesiano, através de políticas de orientação econômica exerça uma regulação no mercado, ele intervirá nas relações de produção e consumo da sociedade, que por sua vez interferirá na distribuição de riqueza e nas condições de saúde da população. Do mesmo modo, oferecendo uma proteção social mínima, em níveis básicos de renda às classes menos favorecidas, o estado também provê a essa parcela da população alguns condições para que seja garantido o seu direito à saúde, assegurado pela própria Constituição Federal e somente através do qual é permitido o pleno exercício de sua cidadania.

    Níris Stéfany Barbosa dos Santos

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  33. O Sistema capitalista afasta pessoas próximas, separa pessoas da mesma comunidade e benificia o "TER" e não o "SER". A desigualdade imposta pelo sistema foi demonstrada no filme através das pessoas que comiam apenas o que o lixo proporcionava, indo de encontro ao conceito de liberdade que o próprio filme traz, mas que liberdade??? O ser humano vive sob restrições, seja do governo, seja do sistema capitalista ou dos que o rodeiam. Isso ocorre desde o nascimento, mesmo que a capacidade intelectual seja incrivel, mesmo que haja força de vontade, o que acontece é que uma criança que nasce em uma família estruturada tem grandes vantagens quando comparada com uma criança que nasce em uma família necessitada, sem acesso à comida, quanto mais a livros, são essas crianças que estão no filme, comendo aquilo que nem os porcos comem. Será que há vantagem em ter telencefalo, realizar o movimento de polegar-opositor? talvez o filme tenha deixado uma ideia de que os porcos vivem melhor, mesmo sendo alimentados só para o abate. As desigualdades impostas pelo sistema capitalista iguala o ser humano aos porcos, seja na necessidade alimentar, seja na privação das ações, afinal o ser humano passa a vida toda lutando por liberdade e pelos seus sonhos e termina a vida sendo "abatido" pelo sistema capitalista.
    Pedro Teles de Mendonça Neto

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  34. O documentário nos traz um cenário de miséria e descaso que está baseado nas constantes omissões do Estado em torno dos menos favorecidos. Esse cenário presente na Ilha das Flores, mas que se estende a outros tantos lugares do nosso país, nos choca com tamanha brutalidade que assusta a todos nós, até mesmo os menos sensíveis.
    Em frente a um cenário de filas de seres humanos (crianças aqui são comuns) em busca não de empregos, brinquedos ou qualquer outro bem plausível vemos aqui um portão enferrujado, sujo e estreito que dá um dos mais tristes panaromas que se pode pensar: a espera das sobras da comida dos porcos . Esses animais - não detentores de telencéfalo, polegar opositor - livremente e calmamente acabam suas refeições ricas em tomates e semelhantes para que pessoas,por mais chocante que seja, tenham àquela que será provavelmente a única refeição do dia. Esses também animais - detentores de telencéfalo e de polegar opositor- debilmente livres e atarracados a um tempo de 5 minutos devem acabar suas refeições sem a opção de escolha para que nossos transeuntes venham em busca daquilo que se restou. A discussão vai além ao nos mostrar um ciclo de consumismo que à primeira vista, honestamente, é a visão "divertida" da nossa realidade : o agricultor que leva seus tomates, a vendedora que sai de porta em porta vendendo perfumes e a consumidora que compra tomates, só os que estão bonitos. Nada bonito é perceber o quanto estamos sendo egoístas.
    Formamos parte de uma grande rede de prisioneiros. Somos membros fundadores e mantenedores do ciclo que priveligia sempre aqueles que mais tem e no qual o Estado age a favor sempre desses mesmos indivíduos. Convenhamos que muitas vezes somos omissos a muitas coisas, achamos que não temos dever para com os menos favorecidos, a culpa é do Estado, mas é errado, um velho e triste erro. No fundo não sabemos onde tudo isso vai parar, mas acho que ter consciência já é um passo.
    Sem generalizações,mas creio que se espera de todos que quisséssemos ver essas situações serem combatidas,já que não há condições humanitárias que a justifiquem. No curta são moradores que há cerca de duas décadas estavam ali merecendo menos do que os porcos (ressalta-se aqui que esses estavam mais bem nutridos) e que vivem num paradoxo de completa ausência de oportunidades, sejam elas de quaisquer áreas de atuação do Estado - educação, saúde, segurança.
    O curta deixa uma mensagem bem clara, nossas políticas são falhas, muitas vezes são aprisionantes e cerceiam nossa liberdade de uma forma brutal. Aquelas pessoas que deveriam ter seus direitos, serem zeladas pelo Estado, na verdade não tem sido digna nem mesmo do que para mim é o mínimo: ser livre. Finalmente, me entristece pensar que esse ciclo nada deve mudar, oportunidades vêm aparecendo, não há como negar, mas o Estado e os usurpadores estão ai, mudam-se governantes mas não mudam as mentalidades da corrupção, da desvalorização do educação, do aculturamento generalizado e muito mais. Faz parte da nosso jeito, o jeitinho brasileiro.
    Fellipe Sá

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  35. Escrito por Susana Cendón Porto
    O Ser humano é dotado de raciocínio, grande vantagem diante dos animais, raciocinio que o ajuda a tomar decisões, que o ajuda a escolher o que vai vestir, comer, fazer e de que forma vai se comportar... belo ideal para uma sociedade justa e igualitária, bem diferente da nossa, onde o sistema capitalista impõe o modo de vida de cada um. O filme "Ilha das flores" retrata bem essa desigualdade da sociedade capitalista, onde seres humanos são obrigados a comer aquilo que o LIXO proporciona, pois só aquilo lhes é fornecido, nem os porcos se alimentam tão mal, aliás, os porcos são bem cuidados, vivem sob sombra e água fresca, além de receber uma reforçada alimentação imposta por um dono, o qual deseja o abate desses animais. O ser humano deveria ter um dono? esse dono seria o Estado? mas que Estado? o mesmo Estado que privilegia os poderosos em detrimento dos mais necessitados? um Estado que seleciona desde o nascimento aqueles que nascem em "berço de ouro"? O Estado poderia ser chamado de padrasto, mas seria muito cruel com os padrastos (afinal pai é quem cria e o Estado nem isso faz). A verdade é que o conceito de liberdade apresentado no filme vai de encontro com a realidade vivida pelos brasileiros, os quais são limitados a viver com aquilo que a sua classe social tem o "direito" de ter, não sei ao certo o que é melhor, ser animal ou viver como se fosse um animal...
    Susana Cendón Porto

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  36. O filme retrata o injusto sistema capitalista ao qual todos nós estamos subordinados e no qual estamos inseridos. Entretanto as consequências resultantes a cada um se dão de maneiras bem diferentes, aliás, chegam a ser até opostas. Opostas porque como se viu no filme, uns se dão ao luxo de jogar o tomate fora, enquanto outros não conseguem nem comer a "parte nobre" do lixo. Como sabemos isso é fruto do Estado, de suas políticas, de suas medidas,que sustentam esse tipo de fato ao incentivar baseado em idéias desigualitárias do ponto de vista socioeconômico. No ramo da saúde acontece o mesmo, cabe ao Estado, ao governo fornecer saúde à população, sem discriminação do ponto de vista socioeconômico, o que é conseguido parcialmente atravé do SUS

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  37. Esse documentar me causou várias reações. Inicialmente ri bastante, por causa da linguagem enciclopédica e repetitiva. Isso dá um ar de descontração ao documentário, depois que percebi a real intenção do referido documentário o sorriso deu lugar uma reflexão um tanto profunda (pelo menos mais aprofundada do que normalmente a gente tem no dia-dia) do que é a vida, do que são os seres humanos e suas relações.
    A Ilha das Flores é o lugar para onde vai o tomate podre que uma consumidora julgou não servir para sua alimentação. Ao chegar neste local (grande depósito de lixo), o tomate é novamente selecionado, agora para servir de alimento para os porcos. Ao ser desprezado como alimento para os porcos, o tomate podre fica a mercê da população que reside próximo ao lixão. Estas pessoas (seres humanos como qualquer um de nós) se alimentam do que é “deixado pelos porcos”. Esta é a parte mais marcante do documentário. É interessante que durante o documentário todos os conceitos são explicados com muita lógica, até que se chega no conceito de liberdade, que é a "palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique, e ninguém que não entenda". E esta liberdade está diretamente ligada aos fatores socioeconômicos que o ser humano possui, ou não possui, como é o caso dos habitantes da ilha das Flores.
    O documentário “Ilha das Flores” é certamente muito marcante, com suas questões filosóficas e sociais, que nos remetem ao pensamento de mudança, de atitude e ao mesmo tempo, de IMPOTÊNCIA.
    José Marcel J. F. Lima

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  38. Ilha das Flores é um curta que nos leva a refletir situações causadas pela desigualdade social, levando-nos a um momento de reflexão acerca da má distribuição de renda e até de nós mesmos dentro de uma sociedade consumista, mostrando-nos característiocas clássicas do sistema capitalista que visa, exclusivamente, ao lucro. Através do Curta, percebe-se a dura realidade enfrentada pela globalização da miséria e apesar de o homem ter a capacidade de raciocinar, ele não tem a mesma oportunidade. Fazendo um paralelo com a aula " O Estado e a Saúde", percebe-se que o Estado que deveria intervir nas políticas públicas, protegendo o ser humano, muitas vezes, excluem uma parcela da população dessa proteção porque o lucro fala mais alto, ou seja, muitas pessoas são excluídas da assistência à saúde por causa do cruel sistema capitalista. E isso ocorre quando o Estado não cumpre seu papel, como no modelo Keynesiano. Percebemos, então, que existem milhares de Ilha das Flores espalhadas pelo mundo e a culpa disso é nossa e quando teremos consciência de que realmente a culpa é nossa?

    Carlos Aurélio Santos Aragão

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  39. Cecília Augusta Neri A. de Souza

    Impossível não fazer um link do filme Ilha das Flores com o já citado texto O Bicho de Manuel Bandeira, relembrado pela colega Raquel Mazzoti.
    O filme nada mais é do que a arte imitando a vida da sua forma mais desumana e descaracterizante possível.
    O bicho, no filme, eram mães e filhos famintos de comida, de assistência, de atenção, de humanidade.
    Tal qual o texto de Bandeira, aquelas tristes imagens nos fazem pensar de forma crítica e inquietante na situação em que inúmeras famílias dos mais diversos cantos desse nosso país continental vive, digo, sobrevive dia após dia.
    As políticas de inclusão econômica e social que os governos mais recentes vêm criando têm diminuído ou, pelo menos começado a diminuir as mais feias e vergonhosas disparidades sociais em que muitos brasileiros ainda vivem.
    Há muito descaso, descompromisso e muita miséria.Falta respeito, falta noite de sono intranquilo, falta consciência, responsabilidade e compromisso.
    O país tem melhorado e seus índices de pobreza também. Felizmente.
    É um começo, porém longe, muito longe do que se possa chamar de justo e eficaz para um país que tem sido tão bem falado por suas melhorias, principalmente econômicas e não sociais.
    Cecília Augusta Neri A. de Souza

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  40. Manuela Sena

    O filme “Ilha das flores” aborda de forma altamente crítica e objetiva temas como: consumismo, desigualdade social, fome e pobreza. O curta critica as desigualdades sociais geradas pelo sistema capitalista e a ausência de políticas públicas para solucionar a miséria de parte da população brasileira. Demonstra seres humanos numa condição abaixo de porcos, discutindo a exclusão social alarmante gerada pelo modelo capitalista: “O que coloca os seres humanos da Ilha das Flores depois dos porcos na prioridade de escolha de alimentos é o fato de não terem dinheiro nem dono.”
    O filme é bastante chocante e nos possibilita uma intensa reflexão a respeito dos conteúdos abordados, pois em apenas 13 minutos de duração empreende uma crítica inteligente à desigualdade social e ao deperdício, o que é
    algo extremamente positivo. No entanto, o filme é muito simplista, a linha de fatos que une uma sequência à outra, desde a plantação do tomate até a chegada e rejeição do alimento a “Ilha das flores” é mostrada de forma muito rápida o que dá a impressão que a miséria no Brasil é algo banal, o que não é verdade, visto que a miséria em nosso país tem fundos bem mais sólidos do que os retradados no filme, cuja a existêcia está bem além do nosso alcance.
    Manuela Sena

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  41. O curta nos mostra uma realidade vivida pelo ser humano que é fruto de uma desigualdade socioeconômica, gerada basicamente pelo sistema capitalista empregado na sociedade; a triste condição de vida dos habitantes da Ilha das Flores deixa-nos perplexos, já que a idéia do filme é mostrar o absurdo dessa condição: pessoas que são menos valorizadas do que animais. O autor nos mostra de maneira explícita como o sistema econômico que vivemos contribui para a indiferença em relação à desigualdade social que presenciamos atualmente. Podemos analisar pelas diferentes classes sociais exibidas no filme, desde a dona de casa (vendedora de cosméticos), o fazendeiro, o criador de porcos e por fim os habitantes da Ilha das Flores, o que define sua opinião é que o que diferencia o ser humano é classe a qual ele pertence pelos bens que o mesmo possui. Nossa Constituição Federal de 1988 revolucionou a questão da saúde, estendendo o direito a saúde a todas as pessoas, impondo ao Estado a obrigação de prestar a assistência integral à saúde. O artigo 196 diz que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”. O estado deve suprir todos seus dependentes ,aqueles q não possuem uma condição financeira privilegiada principalmente. Esse é o dever do estado tomar conta daqueles q precisam para que os necessitados não fiquem subjulgados a não terem “donos”, ficando em condições piores q os porcos da ILHA das FLORES.
    Clécio Santos


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  42. A desigualdade no acesso dos serviços de saúde tem origem muito remota. Até meados do século XX, a assistência médica era realizada ou por médicos que atendiam aqueles que podiam pagar pelo serviço ou por instituição de caridade sustentada pela igreja e por doações, ou seja, não havia a mínima participação do estado nesta assistência. O filme “A Ilha das flores” nos mostra que mesmo em tempos não tão remoto a população fica a mercê, muitas vezes, de caridades ou doações indignas. Por um percurso de um tomate percebemos que o que coloca os seres humanos abaixo dos porcos é o fato de não terem dinheiro nem dono, o governo, neste caso se ausenta e não cumpre seu papel.
    O filme mostra também a dura realidade enfrentada pelo ser humano mediante as conseqüências da bruta globalização da miséria. Onde muitos indigentes têm que disputar sua alimentação com os porcos. Observamos que o ser humano, apesar de ter telencéfalo altamente desenvolvido, polegar opositor e ser “livre”, não tem a mesma oportunidade, uns por comodidade outros por circunstâncias alheias as suas vontades. Questionemos o tamanho absurdo causado pela desigualdade social e que nos leva a um momento doloroso de reflexão acerca dos problemas causados pela "péssima" distribuição de renda e até a própria condição que nós mesmos nos colocamos numa sociedade altamente consumista.
    "Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".(Cecília Meirelles)

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  43. É interessante, ao assistirmos determinados filmes, como algumas cenas nos chocam, nos marcam de uma maneira profunda e reflexiva... Foi assim que me senti ao assistir o documentário "Ilha das Flores". Não bastasse o seu conteúdo enternecedor e o seu título altamente satírico, a sua forma nada usual de narrar uma história (com infindas repetições) contribuiu enormemente para criar esse choque de realidade. E a conclusão foi bombástica: há seres humanos que, apesar de possuir telencéfalo e polegar opositor, se alimentam dos restos dos porcos, pois não tem dono!!!
    É dessa conclusão que estabeleço a intertextualidade com a aula "Estado e Saúde". Esses seres humanos do filme (que na realidade são apenas uma parcela amostral de um todo muito maior que vive situações semelhantes) são abandonados pelo Estado, que deveria atuar com o papel de dono. Logo, o meu posicionamento é claro: o Estado deve SIM intervir e garantir a saúde de sua população (garantindo condições básicas de vida, como uma alimentação decente).
    Nesse tocante, o documentário "Ilha das Flores" nos mostra uma total falta de intervenção estatal. A ideologia do Welfare State não é posta em prática. Não há uma proteção social mínima. Não há quem dê o peixe, muito menos quem ensine a pescar! E reduzir essa culpa ao Estado e à sua possível influência neoliberalista é assustadoramente confortável, mas bastante egoísta. Se a liberdade - aquilo que mais falta a esses "seres humanos" do documentário - é a palavra de ordem a ser buscada, a abnegação é a bússola norteadora para que essa liberdade seja encontrada, efetivada e, por fim, perpetuada!

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  44. O filme Ilha das Flores é baseado em fatos reais, acontecidos em Porto Alegre, que retrata um sistema de troca, onde o principal objetivo é o lucro.
    Mostra a dura realidade enfrentada pelo ser humano devido às conseqüências da globalização da miséria, onde muitos indigentes têm que disputar sua alimentação com os porcos. Assim, observamos que o ser humano, apesar de ter a capacidade de raciocinar, não tem a mesma oportunidade.
    Este filme retrata a desigualdade social que existe no mundo contemporâneo, onde a má distribuição de renda e a falta de oportunidade de educação gera bolsões de pobreza, principalmente nas periferias dos centros urbanos.
    Também retrata a realidade subumana do cidadão excluído neste país. Essa degradação humana é reflexo de uma política econômica e social perversa, imposta e estabelecida há décadas aqui, que aniquila os sonhos e as perspectivas de uma vida decente dessas pessoas.
    Ilha das Flores é um curta que nos remete a questionar a tamanha estupidez causada pela desigualdade social e que nos leva a um momento doloroso de reflexão acerca dos problemas causados pela "péssima" distribuição de renda e até a própria condição que nós mesmos nos colocamos em uma sociedade altamente consumista.
    Apesar do filme ser da década de 80, continua atual, mostrando a tamanha estupidez dos homens no mundo tão fragilizado. Como o próprio autor nos fala: "Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda".
    Jéssica Lorena Prado Marques

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  46. O curta A Ilha das Flores se utiliza do trajeto percorrido pelo tomate para explicitar as relações comerciais criadas pelos seres humanos, baseado puramente na compra e venda de produtos e de serviços prestados. O que significa que a geração de riquezas pessoais está ligado à venda de produtos em troca de dinheiro, este que será posteriormente utilizado para adquirir outros produtos e assim gerar riqueza também para outras pessoas e assim sucessivamente. Seguindo a sequencia do filme, o fazendeiro vende tomates para um supermercado, que por sua vez os repassa para a vendedora de perfumes, esta por sua vez adquiriu condições para a compra de tomates por meio de suas vendas, ou seja, os únicos que fazem parte dessas relação de comercio são aqueles tem “algo a oferecer” seja um produto ou serviço ou seja dinheiro, possibilitando assim o comércio.
    De acordo com essa linha de raciocínio se estabelece o pressuposto que os únicos que serão capazes de exercer sua cidadania plena serão aqueles com condições financeiras suficientes para fazer parte desse ciclo do capital. Assim sendo, como ficam as pessoas que não possuem nenhum tipo de renda? É no momento que essa temática é abordada que o documentário atinge o seu clímax, no qual boa parte da população da Ilha das Flores é incapaz de se sustentar financeiramente, ficando à margem da sociedade. Apesar de possuírem as características de um ser humano as quais foram incontáveis vezes destacadas no curta (telencéfalo desenvolvido e polegar opositor) , esta população da Ilha das Flores encontram-se num padrão de sobrevivência abaixo da condição humana, tudo isso pois estes não têm poder aquisitivo ou dono ( como no caso dos porcos) e por isso não possuem “valor” perante a nossa sociedade.
    Ao colocar essa situação em paralelo com a da Saúde no país, principalmente se destacarmos o ano de lançamento do filme, 1989, época em que o SUS encontra-se fracamente estruturado, podemos ver a história se repetir. Do mesmo modo, que no curta aqueles que podem gozar de sua cidadania plena são aqueles que fazem parte do mercado de trabalho, aqueles que podem gozar da um atendimento digno à saúde digno são os que possuem melhor poder aquisitivo. Logo, vê-se que na sociedade na qual vivemos os fato de possuirmos telencéfalo desenvolvido e polegar opositor ainda não nos coloca em igualdade perante todos os seres humanos, pois, assim como é demonstrado no filme, o direito de ser livre depende de forma direta do poder de consumo de cada indivíduo.
    Mario Matiotti Neto

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  47. O curta Ilha das Flores a partir da cascata de extração do tomate até seu destino final traz conceitos como desigualdade e liberdade.
    Contextualizando com o que já foi dito acima, Ruy Barbosa conceitua isonomia.
    “Isonomia é tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais na exata medida da sua desigualdade.”
    Não há como negar as diferenças existentes entre o produtor do tomate e os habitantes de Ilha das flores. Mas já que não possuímos donos (como os porcos), de quem será o foro para dirimir tamanhas diferenças e afastar essas desigualdades?
    Fazemos parte de um Estado de Direito, que possui seu ordenamento baseado e sustentado em princípios, e quando tratam dos direitos fundamentais chegam a ultrapassar a sua soberania. A dignidade da pessoa humana configura um princípio dessa categoria e é de fundamental importância, uma vez que repercute sobre todo o ordenamento jurídico, englobando saúde, educação, moradia, lazer, etc. Assim, a tutela dos direitos de todos os cidadãos pressupõe que seja respeitada, em primeiro lugar, a dignidade da pessoa. Nesse aspecto, essencial é o papel do Estado, o qual precisa tomar providências, de modo que os indivíduos tenham condições mínimas para viver com dignidade.

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  48. No curta "Ilha das Flores", os seres humanos vivem precariamente e se alimentam de restos rejeitados pelos porcos. Excluídos do ciclo consumista do capitalismo, representado no filme pelas transações econômicas que visam o lucro, essas pessoas não tem dono, e ficam a mercê de "caridades" feitas pelo dono do porco ( e por que não também caridade dos prórpios porcos?).
    A falta de um "dono" para essas pessoas retrata a baixa atuação do Estado em 1989 (lançamento do filme), época do início da estruturação do Sus. Do início da década de 90 até hoje, o país avançou muito para reduzir as desigualdades sociais, mas elas ainda existem. Medidas como a estruturação do Sus e programas do governo como a construção de casas populares e distribuição de água, por exemplo, deram um DONO para as classes mais necessitadas. Infelizmente a teoria da Universalização do Sus e a garantia igualitária de saúde, educação e moradia de qualidade para todos, garantida pela Constituição, não condizem com a realidade.  
    Mesmo dotados de "telencéfalo e polegar opositor", nós somos diferenciados pela classe social e poder aquisitivo. O Estado é o único com poder capaz de reduzir as desigualdades e amparar os mais necessitados, garantido no mínimo dignidade e condições básicas para viver com qualidade.
    Daniella Pereira Marques

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  49. É interessante como um documentário tão pequeno,apenas 13 minutos, nos remete a uma questão social tão ampla! Ilha das Flores nos mostra uma nova visão do estado caótico e subhumano em que se encontram algumas pessoas no nosso país! Imbutido de contrastes e paradoxos, o curta nos infere uma reflexão profunda a respeito do tema! No desenrolar da drama, percebemos uma clara inversão de valores! No início, o ser humano com polegar opositor e telencéfalo altamente desenvolvido está acima do tomate e de porco, no entanto no fim do enredo percebemos que o mesmo ser humano, com polegar opositor e telencéfalo altamente desenvolvido se enquadra numa escala muito abaixo do animal e do vegetal! Isso nos mostra que em termos orgânicos nascemos todos iguais, no entanto no quesito social, a diferença já aparece desde esse momento. O ser humano não é simplesmente ter telencéfalo, polegar opositor e ser bípede, mas sim ter acesso a direitos inalienáveis como o da liberdade! No entanto, vemos que mesmo sem liberdade, os porcos tem dono para cuidar deles o que lhes garante uma condição mehor do que a dos " sem dono"! Essa personagem do dono deveria ser justamente suprimida pelo Estado garantindo melhores condições de vida e ajudando a diminuir as desigualdades sociais. Esse fato nos faz adentrar mais fundo no próprio conceito de liberdade. Que contradição: os porcos presos, mas tem dono para cuidar deles e os seres humanos livres, mas sem dono, vivem na miséria. É verdade, liberdade é algo que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda!

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  50. O filme retrata a evolução capitalismo em que pessoas são expurgadas pelo sistema e passam a viver em condições precárias e desumanas como retratada no filme em que nem alimentos é essas pessoas tem muito menos dignidade e laser condições inerentes os seres humanos. Assim, o capitalismo evoluir segregando as pessoas e tornando, portanto um discurso utópico, aquele de que as tecnologias aliado ao desenvolvimento iria trazer uma igualdade e desenvolvimento pleno entre os povos. Traçando um paralelo do capitalismo e do sistema publico de saúde brasileira percebe algumas semelhanças na medida em que tanto o capitalismo quanto o sistema de saúde brasileiro são excludentes visto que aqueles que detém um bom poder econômico tem acesso aos melhores planos de saúde enquanto grande parcela da população vive a depender de um sistema de saúde muitas vezes ineficiente e precário em que pessoas morrem nas portas de hospitais e perambulam por hospitais sucateados e sem muitas vezes resolver os problemas da população mais carente e que precisa desse sistema de saúde.

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  51. Ilha das Flores,curta de Jorge Furtado(1989),não pede pipoca com coca-cola nem platéia bem comportada-presa a conjecturas acadêmicas-para ser visto.Antes de querer ser entendido,ele parece pretender “cutucar”sentimentos,e se o da indignação foi conseguido,já valeu todo o esforço.Não é ficção a fome,não é ficção a miséria extrema.Por mais caricatural que possa parecer,Ilha das Flores não precisou citar Marx ou Engels para explicar a geração da riqueza,nem de como é perverso todo o mecanismo de relações em uma sociedade capitalista.Por mais complexo que o tema possa se mostrar,Furtado não recorreu a tratados antropológicos para exibir nossa insensatez,além da prerrogativa de termos “telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor”.
    Ficar indignado ao ver crianças comendo o que sobrou dos porcos não parece resolver nada mas é um começo.Sentir-se incomodado com o destino de famílias lançadas à margem de qualquer expectativa de vida digna,talvez não mude nada,mas já é um começo.A concentração de riqueza gera privilégios:poucos com muito,e muitos com pouco ou quase nada.Essa lição pode ser tirada em treze minutos de película.Isso também pode ser um começo.Privilégio de boa alimentação,educação,moradia e lazer.Aí, pode ser encontrado algum ser humano livre.Com exclusão social,fome,analfabetismo,doenças...não existirá campo para a liberdade quando não se tem opções.Se “esse começo”levar à conscientização política,teremos um meio de mudar o rumo da História e não nos sentiremos confortáveis em só ficar egoisticamente incomodados ou indignados.Se o papel de agentes transformadores ficar claro para cada um de nós,poderemos acreditar na possibilidade de construção de um outro tipo de sociedade.
    Estabelecer ligações que expliquem situação política com saúde não pode ser conjectura,é práxis.Associar interesses econômicos com saúde não é proselitismo,é necessidade.Na época colonial(ciclo da cana-de-açúcar)não havia o ofício de médico.Os engenhos tinham engenheiros(claro!), advogados,contadores,artesãos...médicos,não.A mão-de-obra era farta e escrava.Depois ,quando foi necessário,houve intervenção do Estado em políticas de campanha:nada poderia diminuir nossa produção de exportação nem afetar o consumo interno.Com o crescimento urbano desordenado aumentaram os doentes que eram distintos em duas categorias:a dos” bem nascidos”,com médicos particulares,e a dos indigentes ,confiados aos rezadores e benzedeiras ou à caridade cristã.Acompanhar a evolução da assistência à saúde com os regimes de governo é uma obrigação acadêmica.Avaliar cada conjuntura é um exercício de cidadania.O que dizer do modelo hospitalocêntrico e curativo(copiado dos EUA)na plenitude da ditadura militar?É coincidência o surgimento do SUS juntamente com a redemocratização do país?O SUS surgiu da luta de idealistas acostumados com as causas populares.Nasceu da vontade política de se pensar no todo,considerando e respeitando as partes.O SUS hoje,é a grande contradição (de forma positiva)para ser explicada futuramente:como é possível um país capitalista dessas dimensões,comportar um sistema de saúde tão inclusivo,descentralizado,abrangente e acima de tudo,eficiente?
    O SUS representa atualmente,uma realidade muito melhor do que tínhamos ontem,mas precisamos dar outras respostas a questões novas e assegurar todas as conquistas para as gerações futuras.O SUS é como Saúde Coletiva:não se explica como mais um assunto que deva ser estudado no curso de medicina,simplesmente.O SUS é uma bandeira de luta,objetivo político dos que acreditam em um mundo mais justo,fraterno e solidário.

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  52. O filme “Ilha das Flores” é um documentário de Jorge Furtado, produzido em 1989. Apesar do ano em que foi produzido, o curta tem uma temática muito atual, pois a cada ano que passa parece que o mundo vai ficando cada vez mais cheio de problemas de ordem social, econômica e cultural. A primeira imagem que temos do filme é um fundo negro com a informação de que o filme não é ficção, que existe um lugar chamado Ilha das Flores e que Deus não existe. Essa primeira imagem (o fundo negro) e informação contida nele já passa uma impressão de que as cenas a seguir não serão tão belas quanto o título que nomeia o documentário. O planeta Terra que aparece na sequência, girando em sua trajetória constante, aponta o lugar geográfico onde fica situada a ilha (Belém Novo, município de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, do Extremo Sul do Brasil). Talvez muitos brasileiros não tenham conhecimento dessa ilha, mas com certeza, todos têm consciência dos problemas sociais que acontecem ali, pois são os mesmos em varias partes do país. É interessante no filme notar que o narrador chama constantemente a atenção para a ideia do humano, algo curioso é que sempre o ser humano está ligado à produção, ao consumo, à venda, ao lucro e ao bem estar próprio. No filme, as características humanas em nenhum momento estão ligadas à preocupação com o próximo. Dessa atitude, de nunca se preocupar com o outro, surge as desigualdades sociais abordadas pelo filme, e que são tão frequentes no nosso país. Nos últimos anos tem havido uma ampla e forte discussão sobre a queda da desigualdade social no Brasil. Talvez isso ocorra por conta da política de transferência de renda, identificada no governo atual. Mas, diante de várias discussões sobre o assunto o que se nota é o porquê da queda da desigualdade em regiões desse no rincão chamado Brasil.

    A distribuição de renda feita pelo Governo Federal, iniciada no governo de Fernando Henrique Cardoso como o Bolsa Escola, e depois ampliada no governo Lula-Dilma, com um programa de maior dimensão, o Fome Zero, o Bolsa Família, Auxílio Defeso, Auxílio Gás, Auxílio Reclusão e outros, tenta diminuir a real discrepância entre os que tem muito e os que nada tem. Há de se notar que esses programas têm até alavancado a economia de determinadas pequenas regiões, porém está longe de dirimir a notória distância dos extremos socio-econômicos no nosso País. Pode-se explicar tal situação pelo simples entendimento de Marx: o Capitalismo sobrevive da exploração alheia.

    Infelizmente não se vê investimentos tão concretos como os do programa Fome Zero sendo aplicados de forma efetiva na Saúde Pública no Brasil, pois se dá ênfase para um sistema de saúde que privilegia o privado em detrimento do público. Deveríamos tentar responder: “Por que o sistema de saúde privado funciona de forma aceitável e o público nem sempre?”, vejam não estou aqui dizendo que o privado é mil maravilhas enquanto que o público é extremamente ineficiente, longe disso. Há de se entender, porém, que o Estado ainda carece de competência para assumir a tarefa de fornecer um serviço de prestação de saúde eficiente para uma população de aproximadamente 200 milhões de pessoas, que estão distribuídas por regiões muitas vezes de quase vazio populacional, agrava esse fato a corrupção que assola a nossa Política.

    A pergunta da Acadêmica Nathalie Serejo é pertinente: Quando, no nosso país, não haverá a desigualdade social?

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